terça-feira, 30 de março de 2010

É possível passar dois dias na cama sem estar doente?

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É. E para satisfazer a curiosidade alheia :), acima está a gente toda que me causou um determinado mal estar na coluna nos últimos dois dias. Para não falar do agravamento dos fusos horários trocados (são cinco da manhã e eu ainda não desisti de Flash Forward). O balanço é positivo, tudo o que vi e revi (quando não há mais nada para ver ou é Scorsese ou é Scorsese) contribuiu grandemente para o enaltecimento da minha fé no cinema como terapia. As séries, essas, são da casa. Sendo que só saí de casa para ir ver Alice in Wonderland e não gostei, isto de folgar durante a semana pode tornar-se perigoso. Para a coluna. Horizontal é uma posição à qual devemos sucumbir esporadicamente e/ou por períodos convencionados. (E aqui estou a esboçar um sorriso.)
P.S. – Amanhã vai ser bonito.

P.S.II - O post anterior foi o nº100, o que faz deste o 101. Pronto, ficou assente.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Hoje deito-me assim...



...como acordei. Wandering around between the sky and some place else.

Off with their heads!

Não estava muito entusiasmada para ver este filme, não podia ser que toda a gente estivesse enganada. Não é um filme mau, de todo, se quiserem levar os filhos ao cinema este é um flick de luxo, afinal de contas é Tim Burton. E não há nada de errado com ele. Talvez a expectativa fosse muito grande mas aqui as coisas não funcionaram bem e acho que o facto de ser em 3D e de ser uma continuação da história original não têm nada a ver com isso.
Acho que talvez por ser uma adaptação da história de Lewis Carroll que mais puxa pela imaginação. Estava à espera de ver um mundo mais psicadélico, mais inebriante, personagens num limbo entre o real e o fictício e o que se vê não é nada disso. Não descurando as interpretações (Johnny Depp igual a si próprio) as personagens apresentam-se demasiado humanizadas, fixas, pouco surpreendentes; a Rainha Vermelha é irritante, a Rainha Branca um aborrecimento, a Alice podia nem ali estar. O Chapeleiro Louco, que é dos poucos que se safa, não encontra no que o rodeia o suficiente para que a personagem tenha o brilho que merece.
Até Peter Jackson, em Visto do Céu, foi mais feliz na criação de um mundo imaginário. Ali houve espaço para deixar a imaginação deambular, com o Tim Burton há qualquer coisa que nos prende ao chão, infelizmente. Porque não costuma acontecer.

Minhas queridas colegas

Eu sou uma pessoa que se apresenta simpática, sempre, o que não quer dizer que o seja. Sempre. Pois, pontos no i's, eu não quero saber dos vossos dramas familiares nem da vossa vida sexual (especialmente quando esta é um menu de um take-away), não quero que me leiam a sina nem que tentem decifrar o que me vai cabeça e muito menos que me digam "hoje não estás bem, eu conheço-te". Não me conhecem merda nenhuma. Normalmente estou bem mas há dias em que estou melhor se não me azucrinarem o juízo...

quinta-feira, 18 de março de 2010

The Lovely Bones - o veredicto

Tinha que vir aqui exprimir o meu descontentamento. Não é desilusão, é descontentamento.

Tudo o que eu senti no livro, a densidade da história, o peso das personagens e o acompanhamento que se faz das mesmas está completamente excluído do filme. Se o livro fosse uma carta de amor perdida anos e anos a fio até ser recuperada em pranto pelo dono, o filme seria um bilhete a dizer "até sempre" na porta do frigorífico.

Não é uma falha total, há muito de Peter Jackson ali (incluido um poster a anunciar os livros do Senhor dos Anéis na livraria onde a Susie vai com a avó no início do filme) mas este livro não era o Senhor dos Anéis e um "olhar sobre a paisagem" não chega para disfarçar a falta de argumento.

Bummer.

Facebook e merdas

Eu tenho um blog, já tive outro, do conhecimento dos meus amigos, entretanto surgiu a vontade de ter um espaço fora da zona de conforto, onde pudesse falar com gente que não conheço e que não me conhece. A necessidade de ter um espaço assim é do conhecimento geral, é mais fácil escrever a verdade numa página do que verbalizá-la enquanto nos olham nos olhos. Também há coisas que não suportaria verbalizar a não ser num sítio onde não tenha que sofrer as consequências. Talvez...
Enfim, hoje em dia, com os blogs, o facebook e não sei quê a noção de privacidade esbate-se e todos podemos ter acesso à vida diária de pessoas que conhecemos e que não conhecemos, anonimamente. O que pode ser muito chato.
Acontece que a minha vida sofreu umas mudanças drásticas, graças a duas pessoas, uma delas muito importante para mim. Outra não. Já caí, já me levantei, já me questionei, já estive em negação, já comi o pão que o diabo amassou mas cá estamos, há todo um cliché envolvido que dificilmente importa para o que eu quero dizer... Bem, a vida segue em frente para todos, para mim talvez mais devagar. Deve ser por isso que eu teimo em fazer coisas que fazem de mim uma pessoa menor. Não é preciso ter mais que dois dedos de testa para descobrirmos o que se passa na vida das pessoas, principalmente se elas o escarrapacharem na internet. Já vi coisas que me viraram os estômago do avesso mas como nós gostamos é de ter pena de nós próprios voltamos lá sempre que podemos para mais uma sessão auto-flagelação.
Eu não tenho, claramente, uma visão isenta das coisas. Principalmente de pessoas que me metem asco e que conheço pouco e não sei que raio de satisfação mórbida me traz saber como funciona a cabeça dessas pessoas através do que escreve, do que posta, do que comenta.
Não sei definir bem o que isto é, se é o meu ego a ripostar, se é o meu orgulho, se ainda não me desliguei disto, se estou maluca da cabeça, não sei. Sei que, dado o que tenho visto, caramba...
Será que quando nós encontramos a pessoa certa é quando começamos a publicar fotografias aos beijos e declamar o nosso amor juntamente com letras de canções e vídeos das nossas bandas preferidas? Será que é isso? Ou as pessoas podem passar uma relação inteira a fingir que são uma coisa e depois revelam-se quando encontrar um par igual?
Até que ponto a culpa é minha? Eu sempre fui honesta e igual a mim própria mas será que dei a oportunidade de deixar que o meu par pudesse ser ele próprio? Não acho que eu tenha sido essa pessoa, sempre fui a primeira a ceder em tudo... O que raio explica um comportamento destes?
Talvez isto seja tudo legítimo, talvez seja show-off. Quando é que chega o turning point? Quem raio preciso eu de assassinar para recuperar o meu desprezo geral pelos outros? Ai as saudades que eu tenho de ser só eu e mais ninguém...

Irena Sendler - que não vos passe ao lado também


Se forem como eu, não fazem a mínima ideia de quem é. É pena. Eu só soube hoje, através do mail que reproduzo aqui e que acho que vale a pena ler.

"Morreu hoje (12 Maio 2008), com 98 anos, Irena Sendler. Durante a 2ª Guerra Mundial, Irena conseguiu uma autorização para trabalhar no Gueto de Varsóvia, como especialista de canalizações. Mas os seus planos iam mais além... Sabia quais eram os planos dos nazis relativamente aos judeus (sendo alemã!).

Irena trazia meninos escondidos no fundo da sua caixa de ferramentas e levava um saco de sarapilheira, na parte de trás da sua camioneta (para crianças de maior tamanho). Também levava na parte de trás da camioneta, um cão a quem ensinara a ladrar aos soldados nazis quando entrava e saia do Gueto. Claro que os soldados não queriam nada com o cão e o ladrar deste encobriria qualquer ruido que os meninos pudessem fazer. Enquanto conseguiu manter este trabalho, conseguiu retirar e salvar cerca de 2500 crianças.

Por fim os nazis apanharam-na e partiram-lhe ambas as pernas e os braços e prenderam-na brutalmente.

Irena mantinha um registo com o nome de todas as crianças que conseguiu retirar do Gueto, que guardava num frasco de vidro enterrado debaixo de uma arvore no seu jardim. Depois de terminada a guerra tentou localizar os pais que tivessem sobrevivido e reunir a familia. A maioria tinha sido levada para as câmaras de gás. Para aqueles que tinham perdido os pais ajudou a encontrar casas de acolhimento ou pais adoptivos.

No ano passado foi proposta para receber o Prémio Nobel da Paz... mas não foi seleccionada. quem o recebeu foi Al Gore por uns diapositivos sobre o Aquecimento Global


Mais informação aqui.

quarta-feira, 17 de março de 2010

segunda-feira, 8 de março de 2010

Óscares

Ainda não vi The Hurt Locker mas se é melhor que Inglourious Basterds tanto no argumento como na realização vou gostar de certeza. Se não, vou ficar possessa. Estava à espera de mais para Tarantino... Whatever...

De resto, a noite foi sem surpresas. A não ser, talvez, Sandra Bullock. Mo'Nique e Cristoph Waltz justamente premiados, duas performances inesquecíveis, cada uma dentro do seu contexto. Cristoph Waltz teve, aliás, o que me pareceu ser o discurso mais bonito da noite.

Oscar and Penélope that's an über bingo.
I always wanted to discover some new continent and I thought I had to go this way, and then I was introduced to Quentin Tarantino (...) and he put this script in front of me and he said, "This is where we're going, but we're going the other way."

(...) and Quentin, with his unorthodox methods of navigation, this fearless explorer, took this ship across and brought it in with flying colors and that's why I'm here. And this is your welcoming embrace and there's no way I can ever thank you enough, but I can start right now. Thank you.

sexta-feira, 5 de março de 2010

The Lovely Bones


Já o tenho, ainda não o consegui ver. Foi um dos livros que mais me marcou em 2003 (lembro-me perfeitamente de ter escrito a data na contra-capa, no meu querido livrinho de capa dura do Círculo de Leitores que o filho da puta do meu ex-namorado não conseguiu ler porque diz que ficou "enjoado" com as primeiras páginas - ah e tal ia no carro - mas isso não o impediu de me ficar com ele... filho da puta) e estou à espera do momento certo para o ver porque se o Peter Jackson me falha neste nunca mais lhe falo. E ele nunca me falhou...

segunda-feira, 1 de março de 2010

Eu quero que tu sejas melhor...

Já sofri por ti tantas vezes e não to mostrei. Quis que não sentisses o que toda a gente sente. Quis criar uma redoma de vidro à tua volta e não deixar que o teu coração ganhasse as mesmas feridas que o coração comum. Agora chegou uma altura da tua vida onde eu não tenho lugar e vais andar ao sabor do vento, vais descurar a inevitabilidade das consequências como eu sei que deve ser. Eu nunca to disse mas sempre sofri um bocadinho por ti quando chegavas a casa e não falavas comigo porque as tuas colegas gozavam contigo na escola. Se eu pudesse voltar atrás no tempo, nascias outra vez. Mas não posso. Então só queria que tu não te esquecesses de mim e de que estou aqui para ti, sempre. Tem paixão pela vida, diverte-te, ama que é a melhor coisa que te pode acontecer e aproveita tudo de bom que a vida tem para te dar. Mas pensa sempre em ti primeiro, não to digo por ser fria como tu pensas que eu sou, digo-te porque sou exactamente o contrário. Sou como tu. Mas não quero que tu sejas como eu. Gostava que nenhuma de nós fosse orgulhosa ao ponto desta conversa ser feita nas entrelinhas de conversa corrente mas infelizmente tiramos a pinta do pai. Nunca me escondas a tua vida, quero saber de cada passo e quero estar lá quando caíres. Não quero que te sintas sozinha, quero que sejas forte e quero que sejas feliz a maior parte do tempo. Afinal de contas sou a tua irmã portanto sou mais do que tua mãe.