sábado, 25 de setembro de 2010

não tenho título, estou cansada e amanhã tenho que acordar cedo

A televisão está a matar as mulheres. Ou a sociedade que a televisão criou. As adolescentes fazem “o amor” desmesurada e abertamente desde os 16 anos, aos 18 estão a viver com o namorado, aos 20 a apanhar os cacos, aos 21 têm um filho, aos 24 voltaram aos 16, aos 26 têm dois filhos, aos 28 dormem com homens casados e aos 30 sinceramente nem sei. Eu não sei qual é benefício pessoal, qual é a liberdade individual de ser de toda a gente e de não ser de ninguém. Não sei qual é a vantagem de passar por cima do próximo, de seguir pelo caminho mais fácil, de ser egoísta, de perder a gentileza, a cordialidade, a amabilidade, a sensibilidade.

Houve, claramente, um erro de cálculo quando a televisão disse às mulheres que a emancipação era um acessório num pacote sexual. A Carrie Bradshaw trouxe-nos muitos pares de sapatos, amigas, copos de vinho solitários e muitos parceiros sexuais e disse-nos que esse sim, é o caminho. E se falarmos disso abertamente, sem complexos, durante as refeições, normalmente em tom jocoso, então aí alcançamos o absoluto esplendor da independência. E, bham, somos mulheres do séc. XXI. E eu tenho pena. Tenho imensa pena que tantas mulheres tenham alcançado coisas tão boas como ser livre para se estar com quem se quiser e isso se traduza num exercício de quantificação. Tenho imensa pena que possamos ser brilhantes naquilo que fazemos, mais que os homens, e isso signifique não ter que esperar três meses para ter uma Birkin no braço. E isso acontece só porque é mais fácil, porque é o que toda a gente faz e porque somos donas do nosso nariz.

Se não estivesse a jogar contra mim diria que nos deram um lápis e uma folha em branco e algumas de nós estão a utilizar o lápis para prender o cabelo. But I have issues…

*somos as maiores, porque é que insistimos em não nos levarmos a sério?

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

(…)

Há tanta ciência em não dizer nada. Anos e anos depois de explosões melodramáticas, começo a descobrir a beleza do silêncio. E se tivesse dito muito menos coisas? Quanto de mim eu teria salvo. Quanto de mim seria, ainda, intocável.