segunda-feira, 12 de julho de 2010

“Há coisas que não podemos controlar”

É verdade, há mesmo. Há coisas que fogem do nosso controlo, há coisas que não podemos e não conseguimos escolher. Não podemos escolher o tipo de música que gostamos mais, não podemos escolher estilo, não podemos escolher a comida que odiamos, não podemos escolher a pessoa por quem nos apaixonamos. Às vezes acontece mesmo que uma relação seja perfeita até que aparece outra pessoa para alguém e tudo muda. E as certezas tornam-se maleáveis. Não podemos controlar o coração a bater como se quisesse explodir, quando isso acontece a razão é um sinal de proibido no retrovisor.

Mas não me venham com merdas porque podemos sempre escolher. Se é verdade que não se escolhe quem se ama também é verdade que quem muito procura encontra. Somos todos detentores de doses exclusivas de respeito pelos outros, respeito por nós mesmos, egoísmo, orgulho, honra, amizade, bom senso e tudo o mais que entrar neste cálculo mas no fim de contas, não somos mais que uma quantidade determinada de carne. Isso não podemos controlar. O que podemos controlar é a escolha entre seguirmos por um caminho ou seguirmos por outro. A atracção não cai do céu e quando se manifesta há um hiato em que podemos escolher não deixar as coisas chegarem a um ponto de não retorno. Ou então deixarmos mas abertamente, sem culpa, sem confusão. Mas não me venham dizer que “há coisas que não podemos controlar” como se fosse um karma imposto pela vida em que ninguém pode dizer não. Porque há uma altura para dizer não, há uma altura em que as escolhas devem ser feitas. Diferenciam-se, sim, as pessoas com coragem das pessoas cobardes. E coragem não é preciso só para dizer não, coragem a sério é saber dizer “gosto de outra pessoa” sem ter a certeza de nada, só mesmo a do bater do coração. Coragem é arriscarmo-nos a ficar sem nada para podermos ter o que queremos.

3 comentários:

Poetic Girl disse...

"Coragem é arriscarmo-nos a ficar sem nada para podermos ter o que queremos." é isso tudo! Eu pelo menos estou sempre disposta a arriscar, prefiro me arrepender do que fiz do que o que não fiz... beijoca

MC disse...

Há coisas que são dificeis de controlar...

Há um momento em que decides fazer ou não fazer... Fazemos isso a cada instante!

O resto são tretas para nos desculpar das merdas que fazemos (todos)!

Margaret disse...

olha, foda-se, tens razão! essa da quantidade de carne é mesmo assim... há o desejo que se cria por atracção, e disso não estamos livres. mas podemos sempre cair ou não na esparrela, até porque quem dita a decisão final seremos sempre NÓS!