quinta-feira, 22 de julho de 2010

Educação sentimental

Hoje uma amiga minha fez-me lembrar, a propósito de música, de uma mulher que definiu a maneira como eu lidava com os sentimentos no início da minha adolescência. Já há muito tempo que não a ouvia  – a Tracy Chapman (surprise, surprise). Houveram dois álbuns (o homónimo e Matters of The Heart) que são como uma viagem no tempo para mim. O chorar intermitente da voz dela é quase como um perfume familiar. Arrisco dizer que a minha vida amorosa se escreve em tons de cinzento por causa dela.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Vou vender a alma ao diabo

Há gente má que é mais feliz do que eu. E não há cá “ah e tal isso cá se fazem cá se pagam”… O c*r*lh*nh*! A burra é que carrega e carrega pesado…

segunda-feira, 19 de julho de 2010

SBSR @Meco

blogsbsr

 

Vou tentar escrever o menos possível principalmente quando chegar ao Prince.

Ora bem, na sexta-feira não pude ir portanto começamos pelo Sábado. Já cheguei ao recinto tarde mas cheguei a tempo de dar uma vista de olhos em Holly Miranda e, mesmo sendo ela uma artista jovem que claramente não prima por agarrar o público, tem uma presença vocal fenomenal. Fiquei agarradíssima a ela até ao fim do concerto, é mesmo uma artista a seguir de perto.

Depois veio o Julian Casablancas, eu estava super confiante que ia ser um bom concerto, uma coisa de encher os olhos aos apreciadores mas fiquei um bocadinho desiludida. Ele é um rock star, não há duvida nenhuma, o público respeita-o imenso (The Strokes) e não precisa de se esforçar muito para o agarrar mas não esperava que se esforçasse tão pouco. Cantou lá para o meio uma música que gravou para um CD de Natal no ano passado e anunciou-a mais ou menos do género “ah e tal, não gosto muito desta música mas as pessoas parecem gostar portanto…” – numa transladação aproximada foi mais ou menos isto. E depois de cantar a última foi-se embora e pronto. Seco, sequinho. Fiquei mesmo triste porque estava expectante. Enfim…

Seguiram-se os Hot Chip e foi muito giro, não sou fã, honestamente, mas deu tempo para eu ir comer qualquer coisa. E uma bolacha americana (adorooooo).LOL Não, a sério, foi muito bem conseguido o concerto e quem gosta mesmo daquele género de música ficou satisfeito.

O melhor ficou mesmo para o fim. Os Vampire Weekend arrasaram o Meco e arredores. Meus amigos eu comi o pó que o diabo amassou naquele recinto mas amei cada minuto. Eles foram electrizantes, mesmo quem não conhecia não ficou indiferente, era impossível. Um vocalista super amável, sempre em contacto com o público que esteve sempre, sempre a saltar. Tocaram as músicas que se esperava ouvir dos dois álbuns, sem surpresas mas sem margem para dúvidas  – foram o segundo melhor concerto do festival.

No Domingo foi um inferno para chegar ao recinto, quando consegui lá chegar os The National já tinham começado. Com a conversa com os amigos nem vi muito bem o concerto mas o que vi gostei. Já sei que provavelmente eles vêm cá em nome próprio portanto não me há-de faltar a oportunidade para os ver de novo.

Quando eu em cima dizia que me ia conter quando chegasse a vez do Prince, era porque ainda estou no rescaldo do concerto e continuo extasiada. Conheço de Prince o que toda a gente conhece e não estava à espera de me ligar tanto mas assim que ele começou a actuar deu para perceber logo que estávamos a ver um senhor com muitos anos de espectáculo. Não há como não gostar de ver um verdadeiro performer capaz de prender o público como ninguém. E quando ouvimos clássicos a ser tocados por uma pessoa assim, tudo o resto é pequeno em comparação. Esteve com ele a cantar a Ana Moura, que foi também uma surpresa (ou não) e que acabou por se tornar num daqueles momentos de insuflar o peito de orgulho português (cliché, cliché) com a razão que, de facto, merece. Não é todos os dias que temos uma portuguesa a partilhar o palco com um Prince. Em suma, concertão.

Depois vieram os Empire of the Sun (que tinham até estado ao nosso lado a assistir a Prince, esse fenómeno) para levantar ainda mais poeira. Devo dizer que o que mais gostei na actuação deles foram as bailarinas, certinhas, certinhas e cheias de ritmo, adorei. J Foi um espectáculo muito giro de assistir, as músicas são dançáveis, alegres e a performance foi eficiente.

E pronto, foi isto. Espero que nunca mais tenha que voltar aquele recinto de m*rda (que o era mesmo) ainda que concorde com a tese de que o SBSR tem que ser um festival de verão mais deste género do que urbano. De qualquer forma, fica a nota para a organização  – os problemas de acesso não se podem repetir.

OOOOOOOOHHHHHHHHH GET FUNKY!!! :D

segunda-feira, 12 de julho de 2010

“Há coisas que não podemos controlar”

É verdade, há mesmo. Há coisas que fogem do nosso controlo, há coisas que não podemos e não conseguimos escolher. Não podemos escolher o tipo de música que gostamos mais, não podemos escolher estilo, não podemos escolher a comida que odiamos, não podemos escolher a pessoa por quem nos apaixonamos. Às vezes acontece mesmo que uma relação seja perfeita até que aparece outra pessoa para alguém e tudo muda. E as certezas tornam-se maleáveis. Não podemos controlar o coração a bater como se quisesse explodir, quando isso acontece a razão é um sinal de proibido no retrovisor.

Mas não me venham com merdas porque podemos sempre escolher. Se é verdade que não se escolhe quem se ama também é verdade que quem muito procura encontra. Somos todos detentores de doses exclusivas de respeito pelos outros, respeito por nós mesmos, egoísmo, orgulho, honra, amizade, bom senso e tudo o mais que entrar neste cálculo mas no fim de contas, não somos mais que uma quantidade determinada de carne. Isso não podemos controlar. O que podemos controlar é a escolha entre seguirmos por um caminho ou seguirmos por outro. A atracção não cai do céu e quando se manifesta há um hiato em que podemos escolher não deixar as coisas chegarem a um ponto de não retorno. Ou então deixarmos mas abertamente, sem culpa, sem confusão. Mas não me venham dizer que “há coisas que não podemos controlar” como se fosse um karma imposto pela vida em que ninguém pode dizer não. Porque há uma altura para dizer não, há uma altura em que as escolhas devem ser feitas. Diferenciam-se, sim, as pessoas com coragem das pessoas cobardes. E coragem não é preciso só para dizer não, coragem a sério é saber dizer “gosto de outra pessoa” sem ter a certeza de nada, só mesmo a do bater do coração. Coragem é arriscarmo-nos a ficar sem nada para podermos ter o que queremos.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

“A minha Sóraia está bem guardada”

Enquadramento geral: mãe da Sóraia, tia da Sóraia, primos da Sóraia e amigos da Sóraia. Do outro lado está a Raquel, que é amiga da Sóraia e o ex-namorado Jóni que entretanto está mais interessado na Sóraia que na Raquel.

Enredo: a Sóraia diz que a Raquel está zangada com ela porque tem ciúmes do Jóni. A mãe da Sóraia acha que o universo tem ciúmes da filha.

Mãe da Sóraia em plenos pulmões no meio da praia (dirigido mais à população geral que à Raquel mas…):

“Olha lá queres levar daqui o gajo leva, que a minha filha não é a cona do povo como tu, é muito nova para pensar em pichota. Leva mas é já daqui o gajo que eu sou maluca da cabeça e não quero merdas hoje. Deves pensar que a minha Sóraia é como tu não? Ela ainda não leva na cona como tu. Ainda não tem idade para levar na cona. E se alguém lhe quisesse dar levava logo no focinho, está aqui a minha irmã que não me deixa mentir. Está muito bem guardada a minha Sóraia…” (continua)

Sóraia, inchadíssima de orgulho, continua placidamente a teclar no telemóvel como se nada lhe dissesse respeito. A Raquel abandona o recinto, lixada porque não uma mãe como a da Sóraia. Jóni, esse, diz à mãe da Sóraia que não precisa de se enervar e pede-lhe um cigarro. A tia dá. Os primos assistem deliciados. A restante população assiste incrédula.

 

P.S.- A Sóraia tem 15 anos, assim como Jóni. Os primos vão dos 2 aos 10 anos. São os adultos de amanhã.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Nem sei como se vai para o Meco

Mas eu vou. :)

 

P.S. (com muita fé) – Se alguém tiver um bilhetinho a mais a chatear lá por casa para o dia de Pearl Jam no Alive e estiver interessado em fazer negócio é favor contactar a minha pessoa. Desde já, eternamente grata.

Arrivederci, Fiero

Há coisas na vida que se tornam parte de nós de tal maneira que é como se entrassem pela nossa pele adentro e se apoderassem de algum órgão vital. São coisas que nos custam largar; hábitos, rotinas, pessoas… Felizmente, o ciclo da vida leva-nos de um lugar para o outro, obriga-nos a uma adaptação constante a novas circunstâncias, a novas pessoas e o que eram certezas antes entram numa espécie de grey area até já não nos apercebermos mais que sequer existiram. E nós fazemos escolhas e tomamos decisões importantes baseadas em certezas que a dada altura assumimos como definitivas. Mas que valor têm as certezas quando tudo é mutável, principalmente a nossa vontade? E se depois é tarde demais para refazermos escolhas? E se a nossa vida nos passa ao lado sem termos a certeza de nada?